quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Festival Anual da Cultura Japonesa

Oficina de origami!
Abertura do Festival!


Foi maravilhoso!!! a cultura japonesa é muito interessante, sua língua, suas músicas, sua culinária e o que mais me atrai sua ARTE. Os japoneses ama o que faz, e é isso que os torna tão bons naquilo que produzem, podemos perceber em um legume, em um bonzai com suas raízes fortes , na riqueza de detalhes, nas cores e formas dos origamis, e nas delicadas gravuras de Tomie Otake.


História
Origami (折り紙) é a arte japonesa de dobrar papel. A palavra é composta por dois caracteres: o primeiro 折り (ori), deriva do desenho de uma mão e significa “dobrar”, o segundo, 紙 (kami), deriva do desenho da seda, e significa “papel”. Geralmente parte-se de um pedaço de papel quadrado, cujas faces podem ser de cores diferentes, prosseguindo-se sem cortar o papel.
Durante séculos não existiram instruções para criar os modelos de origami, pois eram transmitidas verbalmente de geração em geração. Mas, não se dobrou papel apenas no Japão, os muçulmanos também praticaram esta arte e levaram-na para a Espanha durante a invasão árabe, no século VIII. Os muçulmanos usavam a dobradura do papel para criar figuras geométricas e para estudos astronômicos, uma vez que sua religião proibia-os de criar formas animais. Com as rotas comerciais marítimas, o origami entra na Europa, e durante a colonização ele chega à América como um todo.
A história do origami no Japão pode ser dividida em três grandes períodos:
Durante o período Heian (794-1185) - o origami era um divertimento das classes altas, as únicas que podiam comprar papel, que era um artigo de luxo. Alguns modelos em origami foram introduzidos nas cerimônias religiosas. Os casamentos eram celebrados com copos de saquê (bebida fermentada à base de arroz) dobrados em papel com borboletas, representando a noiva e o noivo. As borboletas, fêmea e macho, simbolizavam a união. Os guerreiros Samurai trocavam entre si presentes enfeitados com pedaços de papel dobrados em leque, de várias formas, seguros com faixas de carne seca. Os mestres das cerimônias de chá recebiam diplomas dobrados de forma especial que, depois de abertos, não podiam voltar à sua forma inicial sem se realizarem outras dobras no papel.
No período Muromachi (1338-1576) - o papel tornou-se um produto mais acessível e o origami começou a ser utilizado para distinguir as diversas classes sociais, conforme os adornos que as pessoas usavam.
Durante o período Tokugawa (1603-1867) - surgem os primeiros livros de origami. O primeiro livro com instruções surgiu em 1797, o Senbazuru Orikata (como dobrar mil tsurus). Em 1845, outro livro, que incluía uma coleção de aproximadamente 150 modelos, foi publicado, o Kan no Mado, que incluía o modelo do sapo, muito conhecido hoje em dia. Com esta publicação, o origami espalha-se como atividade recreativa no Japão.
O pai do origami moderno é o japonês Akira Yoshizawa, a quem se deve o uso da simbologia atual nas instruções de como dobrar modelos. Com isto, foi possível permitir a difusão internacional das várias criações em origami. Acredita-se que, no Brasil, a arte do origami tenha sido introduzida de duas maneiras:
Uma delas, através da Argentina, que possui muita influência da cultura espanhola e trouxe a tradição de dobrar papel como herança cultural. A outra, através dos imigrantes japoneses, que chegaram em 1908 ao Brasil, trazendo vários costumes japoneses que aqui procuraram preservar, dentre eles, o origami.
Um destes imigrantes, chamado Takao Kamikawa, chegou com sua família ao Brasil para trabalhar nas fazendas de café. Dizem que ele costumava, aos domingos, reunir as crianças na Fazenda Barracão na cidade de Bauru e com pedaços de jornais, cortados em quadrados, entretia as crianças com o origami. Ele trouxe consigo do Japão um livro chamado Konreikagami de Matsuaki Futaba, sobre o cerimonial religioso do casamento, que mostrava o modo de dobrar algumas figuras e ornamentos de papel usados na cerimônia, entre eles o Tsuru.
(Por Tiago Reyes Vassallo)
Contato pelo e-mail jap_cel@unicamp.br

Um comentário:

anjobaldio disse...

Legal este blg. Abração.